segunda-feira, 28 de setembro de 2015

São Francisco e a Paz

São Francisco e a paz

Um dos elementos mais fortes do carisma franciscano é sem dúvida a questão da cultura de paz. São Francisco de Assis durante a sua vida, dentro do seu processo de conversão, muitas vezes ajudou a mediar conflitos e assim foi constituindo-se o grande “arauto da paz”. Aquele que anunciava, através de seus atos e palavras, atitudes de paz.
Percorrendo a tradição franciscana veremos as mais variadas dimensões de construção da paz tecidas por Francisco de Assis. Seja na história do “Lobo de Gúbio”, onde aparece a mediação de paz entre a indiferença social, daqueles que tem diante daqueles que não tem por falta de oportunidade. Também há a mediação de conflitos políticos entre o bispo e o prefeito de Assis, ou ainda, “a paz inter-religiosa” no encontro com o sultão.
Para Francisco a construção da paz depende da conversão interior de cada um de nós. É um trabalho árduo e exigente como notamos nos escritos da Verdadeira Alegria: “E se nós diante da porta fechada, sob a noite e a neve que cai, Conservarmos a paz, isto é a verdadeira alegria”. Não podemos, em Francisco, confundir a paz com submissão e sim como um ato de tentar compreender o outro com sua cultura, hábitos e história. Somente através da acolhida e humildade é possível franciscanamente falar de paz.
Ainda é preciso falar da marca popular franciscana que é a expressão “paz e bem”. Esta expressão tem sua origem na escuta atenta que Francisco faz do Evangelho (Lc 10,5) onde Jesus indica como os discípulos devem andar pelo mundo. Nos escritos franciscanos vamos notar que Francisco, várias vezes, refere-se a Deus como “o Sumo Bem”, sendo assim na expressão “PAZ E BEM” porta para quem a recebe o desejo de paz decorrente do amor misericordioso de Deus. Não é qualquer paz.

A nossa Rede de Comunidades tem sido ao longo destes anos um testemunho vivo da construção da Paz aqui em nossa região: as lideranças de nossas comunidades trabalham na acolhida e visitação de pessoas, nossas pastorais sociais que ajudam na superação da fome e necessidades básicas de algumas famílias e também o engajamento e parceria com diversas entidades para o bem comum de nossos bairros. Tudo isso é fruto de uma espiritualidade cristã franciscana de cultura pacífica. 

Frei Franklin Freitas, OFM

terça-feira, 19 de março de 2013

PAZ & BEM !!!



 Entre os inúmeros costumes franciscanos a saudação Paz e Bem é, certamente, um dos mais apreciados e divulgados. Sua origem vem assim testemunhada pelas nossas fontes.
1Como saudação, ele mais tarde testificou que aprendera, por revelação do Senhor, a saudação “O Senhor te dê a paz”. 2Por isso, saudava o povo, no exórdio de cada pregação, anunciando a paz.3É certamente admirável e não para admitir sem milagre que, antes de sua conversão, para anunciar esta saudação, tivera um precursor, o qual andava freqüentemente por Assis, saudando deste modo: “Paz e bem. Paz e bem”. 4Disto acreditou-se firmemente que, assim como João, preanunciando Cristo, desapareceu começando Cristo a pregar, assim este, como outro João, precedeu o Bem-aventurado Francisco na anunciação da paz, o qual, também, após a vinda do mesmo, não apareceu como antes.
5Imediatamente, pois, o homem de Deus Francisco, inundado do espírito dos profetas segundo a palavra profética, logo após o seu mencionado arauto, anunciava a paz, pregava a salvação, por suas salutares admoestações, muitos que, discordes de Cristo, viviam longínquos da salvação, uniam-se na verdadeira paz (LTC 26).
Segundo esta narrativa, a Paz anunciada pelo Precursor de Cristo, João Batista, e retomada, depois, por Francisco e toda sua descendência, está íntima e profundamente enraizada não apenas nos primórdios da Encarnação, mas também dentro de sua dinâmica, de seu processo. Isso significa que só haveremos de compreender o que seja saudar alguém, desejando-lhe Paz e Bem, se buscarmos sempre de novo o que significou para Cristo vir-a-ser um Deus humanado, inserido-se e encarnado-se na vida e na condição do homem.
Acontece que nós, hoje, depois de vinte séculos, estamos um tanto ou muito distanciados do significado puro e originário deste mistério, o mais profundo, difícil, exigente, duro e inaudito, que um Deus pode se propor e assumir. No usual de nossa espiritualidade, hoje, costumamos amenizá-lo com figuras de “Meninos Jesus” meigos e adocicados, deitados em presépios de palhas douradas, ou, ainda um Cristo “Super Star” arrastando multidões atrás de si pelo encanto de suas pregações e milagres. Não vemos mais, a exemplo de Francisco, as agruras, os apertos que passou desde o presépio, quando desnudo foi posto sobre o feno, entre o boi e o burro, até, depois de perseguido, maltratado, injuriado, esbofeteado, morrer crucificado como maldito de Deus entre os dois ladrões.
O que fazemos com Jesus Cristo, fazemos, também, com outras tradições cristãs e franciscanas. Arrancamo-as de seu habitat natural de onde nasceram e cresceram: a pura, simples, jovial e agradecida exposição à fragilidade, pequenez, mortalidade, maldade e finitude humana. Por isso, costumamos amenizá-las com sorrisos ou discursos light e facilitados a modo dos propagandistas do consumismo moderno. Até mesmo nossos famosos I Fioretti se transformaram em literatura-moda, de mera edificação e passa-tempo de pessoas satisfeitas e bem sucedidas, espiritualmente. Muitos desses nossos costumes ou exercícios passaram a ser apreciados e praticados não tanto pelo o que eles são, contêm e revelam, mas muito mais como recursos ou meios para satisfazer nossos interesses piedoso-sentimentalistas, nossos consolos e buscas de segurança espiritual, quando não para uma simples e mera terapia. Assim foi e aconteceu também com nossa saudação franciscanaPaz e Bem! Perdeu o mordente da jovialidade da vida encarnada na dureza agreste da Terra dos homens.
Paz, então, passou a ser entendida como o estado de alma envolvido de serenidade pela ausência de conflitos, perturbações e contrariedades, e que, geralmente, desemboca em sentimentos aguados de pacifismos e pacificações; uma paz que se assenta em meros acordos convencionais consigo mesmo ou com os outros que nos tira da luta pelo pão de nossa existência, que deve ser conquistado a duras penas e com o suor do nosso rosto. Enfim, paz tornou-se sinônimo de calmaria de águas paradas. E, todos sabemos, água parada, cedo ou tarde, tende à dinâmica da poluição e podridão.
 Bem por sua vez virou mero sentimento de comodidade segundo o qual tudo funciona muito bem, dentro dos padrões de um bem-estar humanista e/ou “espiritual” da publicidade consumista. Em outras palavras, dizemos estar bem quando tudo funciona de acordo com as exigências pré-estabelecidas por nós ou pela organização padronizada da sociedade clerical e/ou religiosa na qual vivemos ou participamos.
Ora, tudo isso é o contrário, o avesso ao misterioso caminho percorrido por Cristo, o Príncipe da Paz, desde sua concepção até a Crucificação. Nele Paz e Bem se apresentam como arriscado, duro e exigente processo de busca, nascimento, crescimento, amadurecimento e consumação de uma existência humana nova que se perfaz na dinâmica de uma obra: o vir-a-ser, ou florescer, do nosso Humano. Um vir-a-ser que se assemelha às minúsculas sementes lançadas pelo vento no meio de pedregais, matagais e espinhedos do hisotirar-se  do nosso humano. Como essas, exposto às agruras, intempéries e vicissitudes da vida, nosso humano empenha-se em existir, em vir-a-ser no frescor e na alegria, na valentia singela do florescer por florir, sem porquê nem para que, entregue de boa vontade à gratuidade da vida. Eis o vir-a-ser do Deus Humanado, deitado no presépio ou peregrino e forasteiro pelos povoados da Samaria e da Judéia e/ou, ainda e finalmente, padecente na Cruz, na Eucaristia, na Igreja, em cada criatura ou acontecimento: o princípio, a fonte, a raiz da Paz e do Bem!
Obra, ou operação, deve ser entendida, aqui, como o frutificar do trabalho, da labuta de toda uma existência que se insere, se encarna em cada estância do viver humano. Aliás, saudação ou saudar, antes de gesto, ou palavra, de cumprimento através do qual se demonstra cortesia, admiração, respeito, desejando algo de bom, significa convocação para o mundo, o mistério, a obra da saúde, da paz e do bem, dentro da qual cada criatura já está, pelo fato de ser concebida e cuidada pela simples existência. Não proclamava o Senhor: Olhai os lírios dos campos, as aves do céu…? Nesse sentido, cada criatura ou ser é sumamente Paz e Bom. Nada do que existe é ou existe fora desse princípio ou vigor: o simples e originário mistério do viver, ou a fulgurante e gloriosa jovialidade do ser.
Esse mistério, ou obra, porém, para nós humanos, não existe como fato ou ocorrência, mas como convocação ou conquista de uma possibilidade que nos é oferecida a modo de graça.
Quando, pois, esse modo de surgir, crescer, amadurecer e de ir se perfazendo chega à sua consumação plena dizemos que ele ficou bom, pronto, no ponto, maduro. O latim expressa esse fenômeno com a palavra “Bonum”. Literalmente, “Bonum” significa o “Bom”, isto é o modo de ser de quem per-faz todo o seu caminho, seguindo fielmente sua finitude; é o bem per-fazido, que não ficou pela metade, meio-a-meio, e que a tradição franciscana traduziu pelo termo “Bem”. Esse modo de inserir-se na vida, de assentar-se no lugar e no modo de ser próprio do cultivo da liberdade humana (ser livre para) é a realização humana, a bem-aventurança evangélica, a perfeita alegria franciscana: a Paz, o Bem.
Dentro desse modo de viver, portanto, não é a liberdade de escolha e de opção – apanágio do nosso humano – que nos conduz à plenitude da realização humana. Fosse assim, os demônios seriam as pessoas mais felizes e realizadas do mundo. Ao invés, esse modo de ser da liberdade evangélica experimenta as agruras, os empecilhos, as cruzes e vicissitudes do caminho como convite e exercício para que termine e se transforme no modo de ser da necessidade de ser livre na decisão. Na medida em que o homem se firma e amadurece nesta decisão sua existência entra no mistério, na obra que Francisco, seguindo o Evangelho, proclamava: Pax et Bonum!
Assim como na Criação Deus faz surgir do caos o mundo, a ordem, a harmonia, a Paz, o Bem; assim como na Encarnação o Verbo eterno do Pai entra em profunda comunhão com a existência humana, inaugurando o novo Céu e a nova Terra de Paz e de Bem em meio aos inimigos tendo-os como amigos; assim como outrora Francisco, hoje nós em vez de agentes e promotores da Paz e do Bem somos convocados a apenas acolhê-los na oferta que fazem de si mesmos em toda e qualquer criatura, acontecimento ou pessoa, também e principalmente naqueles ou por aqueles que nos causam empecilhos, maltratam, ferrem ou levam à morte (Cf. CM).
Para a conquista dessa graça, porém, é preciso que trabalhemos primeiro fazendo bem o necessário-inevitável expresso nos afazeres cotidianos mais simples e comuns como ter que levantar, acordar, comer, beber, dormir, cuidar dos afazeres domésticos, das nossas doenças, virtudes e defeitos, nossas funções e compromissos, etc. E nisto tudo, começando sempre pelo possível, em paz. Logo, então, no tempo oportuno, ser-nos-há dado o impossível per-fazido na paz e no bem: Pax et Bonum!

Frei Dorvalino Fassini, OFM

Homilia do papa Francisco no inicio do seu pontificado.

 "Queridos irmãos e irmãs! Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão. saiba mais Leia mais notícias sobre o novo Papa Saúdo, com afeto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático. Ouvimos ler, no Evangelho, que "José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa" (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: "São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo" (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1). Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus. Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeco d'Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é "guardião", porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação! Entretanto, a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus! E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem "Herodes" que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher. Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos "guardiães" da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para "guardar", devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura. A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura! Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger. Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus. Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu! Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém."